ESG na construção civil, engenharia e concessões de infraestrutura – Além da Conformidade, um Imperativo Estratégico
ESG | Rodovias

Por Eduardo Lapa, Diretor de Mercado e Governança na SEEL Engenharia

Uma perspectiva de Concessões no Brasil

O setor de infraestrutura brasileiro, motor essencial para o desenvolvimento do país, opera sob uma nova realidade. Projetos de concessão de rodovias, ferrovias, saneamento, mineração, PPPs, estão cada vez mais complexos, exigem uma abordagem que transcende a excelência técnica e a viabilidade econômica. Os critérios Ambientais, Sociais e de Governança (ESG) consolidaram-se como um pilar estratégico fundamental, influenciando desde o acesso à capital até a licença social para operar. Não nos parece ser uma tendência passageira, a integração ESG reflete uma evolução para um modelo de negócio mais consciente, onde o sucesso se mede não apenas pelo lucro, mas pelo valor gerado para todos os stakeholders. Em outro artigo, chego a apontar que essa visão, alinhada ao Capitalismo Consciente, demanda uma Governança Corporativa exemplar como base. Em recente entrevista sobre o tema, Maria Luiza, Líder de ESG na SEEL Engenharia, definiu ESG como “um conjunto de práticas para medir questões sustentáveis e éticas”, uma perspectiva que compartilhamos. Nesse cenário de transformação, a seleção de parceiros estratégicos, notadamente as construtoras, torna-se um fator decisivo para o sucesso sustentável das concessões.

Governança (‘G’) como Alicerce Estratégico para a Resiliência da construção e infraestrutura

A Governança Corporativa é um elemento que fortalece a visão de tratativa do ‘E’ (preocupação ambiental e o ‘S, Social’. Em projetos de infraestrutura, a adoção das melhores práticas de governança, incluindo transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa é crucial. Uma estrutura de governança bem definida fortalece muito a credibilidade da construtora e das concessionárias contra riscos futuros. A diligência na avaliação da governança dos parceiros é vital. Na SEEL Engenharia, por exemplo, um comitê ESG multidisciplinar promove o engajamento e o aculturamento da sustentabilidade em toda a organização, desde a preocupação com o cliente, até os fornecedores e parceiros, passando por toda a cadeia de valor.

Decifrando o ‘E’: Impactos e Exigências Ambientais na Prática

O pilar ambiental tem ganho muita força, ano após ano. Acidentes ambientais graves no Brasil e no mundo, as fortes pressões para descarbonização, a necessidade de empresas mais socialmente responsáveis, têm feito isso acontecer. A construção civil, responsável por uma parcela significativa das emissões globais, exige ações concretas como a gestão de emissões de GEE, uso eficiente de recursos e gestão de resíduos. Na SEEL Engenharia, isso se traduz em ações práticas: avanços incluem a descarbonização de obras, um compromisso com a mitigação dos impactos climáticos. Recentemente foram compensadas aproximadamente 50 toneladas de dióxido de carbono em um contrato junto à ECORIOMINAS, na rodovia BR 116, por meio do plantio estratégico de mais de 300 árvores nativas da geografia local.

Práticas de economia circular são aplicadas para reduzir resíduos e custos, como na PCH Paciência. Lá, 2720 m³ de material rochoso de escavação foram reutilizados em enrocamentos e acessos, evitando o descarte, o transporte equivalente a 180 caminhões e gerando uma economia estimada em mais de 350 mil reais. Adicionalmente, a proteção de recursos hídricos é exemplificada pela conservação de uma nascente na mesma PCH. Medidas de proteção física, manutenção vegetal e monitoramento garantiram água potável para a obra e comunidade, mais que dobrando o volume diário, de 20m³ para 50m³.

A Dimensão Social (‘S’): Engajamento, Capital Humano e Legado

O pilar Social abrange desde condições de trabalho seguras e justas até o diálogo construtivo com as comunidades ao entorno de nossas obras. O investimento no capital humano é chave; na SEEL, o bem-estar dos colaboradores é prioridade, refletido em programas como o “Mão na Massa, Corpo em Harmonia”, que leva ações de saúde física e mental (nutrição, psicologia, etc.) aos canteiros. Essas iniciativas, somadas a melhorias contínuas nos alojamentos para torná-los espaços acolhedores, contribuíram para a conquista do selo GPTW (Melhores empresas para trabalhar) de Saúde Mental.

No relacionamento comunitário, destacam-se as ‘hortas pedagógicas’ em escolas próximas às obras. Estes espaços funcionam como laboratórios vivos, onde os alunos aprendem na prática sobre cultivo, meio ambiente e alimentação saudável.. Ações de responsabilidade social também respondem a desafios locais, como a distribuição de 5,4 litros de repelentes em uma creche de Belford Roxo durante a epidemia de dengue em 2024. A iniciativa protegeu 459 crianças e funcionários e promoveu a conscientização sobre prevenção no entorno da obra, entre muitas outras iniciativas interessantes.

Navegando a Complexidade: A Construtora como Parceira Estratégica Consciente

A integração efetiva de E, S e G exige parceiros alinhados. Para C-levels de concessionárias, que são grandes contratantes de empresas de engenharia e construção civil, avaliar o comprometimento da construtora com a agenda ESG é crucial. Superar desafios como mensuração de dados e custos exige uma abordagem integrada. É neste ponto que a SEEL Engenharia busca se diferenciar, antecipando demandas ESG. Isso se traduz em incorporar o uso de matérias-primas sustentáveis, desenvolver programas sociais e garantir ética e transparência por meio de um comitê ESG e relatórios detalhados. A robustez da governança é reforçada por treinamentos contínuos, como os de Compliance e Fatores Humanos, que capacitam as equipes para assegurar operações éticas, seguras e o bem-estar de todos, inclusive na gestão de alojamentos.

Conclusão: Construindo o Futuro da Infraestrutura no Brasil

A agenda ESG é o cerne da estratégia no setor de infraestrutura. Para os líderes de concessionárias, o desafio é implementar práticas robustas e garantir que a cadeia de valor esteja comprometida. A adoção de uma visão de Capitalismo Consciente é promissora. A escolha de parceiros com maturidade em ESG é fundamental, pois, como Maria Luiza, Líder de ESG da SEEL Engenharia, ressaltou, o ESG promove a “mudança de cultura” e gera “retornos significativos a longo prazo”.

Para sua reflexão: Como a profundidade do compromisso ESG e a robustez da governança de seus parceiros construtores estão, de fato, contribuindo para a resiliência e o sucesso de longo prazo de seus empreendimentos?


Quer saber mais sobre como a SEEL Engenharia está aplicando os princípios ESG na prática e ouvir a visão completa de Maria Luiza, nossa Líder de ESG?

Assista à entrevista no podcast O ESG na Construção Civil através do link: https://youtu.be/B95mvXpipdQ