Soluções de engenharia para obras emergenciais em taludes e encostas
Rodovias

Assumir obras de grandes proporções que envolvam soluções diversificadas em contratos de longos prazo, principalmente em caráter de emergência, é, sem dúvida, missão para uma empresa experiente, com ENGENHARIA robusta em termos de estrutura e capacidade de proposição de solução, um parque de máquinas e equipamentos adequados, que se preocupa com a máxima segurança, qualidade e com a parceria junto ao cliente, e assertiva na entrega de resultados e no cumprimento do prazo da obra.

O ano de 2023, em seu período de chuvas, já se mostrou desafiador face aos deslizamentos de encostas e bloqueios de vias em cenários de rodovias e ferrovias que interligam estados importantes para o escoamento de produtos da indústria e comércio brasileiros ou que, simplesmente, fazem parte da logística de transporte de nosso país. Também é comum encontrar danos em oleodutos e gasodutos oriundos da instabilidade de taludes e deslizamento de encostas.

Um exemplo de como a SEEL Engenharia vem apoiando empresas, concessionárias e governos locais em obras emergenciais em cenários de rodovias, ferrovias, oleodutos e gasodutos foi o cumprimento de missão hercúlea em três extensos trechos da Serra do Espigão, entre os municípios de Santa Cecília e Monte Castelo, no norte do estado de Santa Catarina, quase divisa com o Paraná. O resultado obtido já trouxe nos últimos anos melhorias como aumento em 35% no fluxo de caminhões (o principal veículo a transitar na região), elogios de usuários da rodovia sobre as perfeitas condições de segurança de trafegabilidade em um local com histórico relevante de instabilidade das encostas, redução do impacto na economia local causado por interrupções de trecho rodoviário importante na região devido a deslizamentos, a modernização da via e preparação para uma 3ª faixa, que hoje está em operação, e nenhum acidente grave registrado durante a execução da obra.

Principais Desafios Encontrados

Estes foram complexos e de naturezas distintas, conforme alguns citados abaixo:

  • Rápida degradação dos pelitos (que chegavam a formar aterros com até 8m de altura)
  • Queda de blocos de arenito eólicos de grandes dimensões de alturas elevadas
  • Camadas sedimentares fraturadas em dois planos
  • A falta de drenagem ao pé dos taludes
  • Ampla oscilação térmica entre inferno e verão
  • Clima adverso, baixa visibilidade e alto grau de interrupções devido ao clima

O trecho alvo da obra compreendia, ainda, três unidades geológicas distintas:

  1. A Formação Serra Geral, constituída por basaltos;
  2. Rochas sedimentares caracterizadas pelo contato de arenitos eólicos da Formação Pirambóia;
  3. Os pelitos da Formação Rio do Rastro.

Além disso, a região sofre grande variação de temperatura e alto índice pluviométrico, é a mais fria do estado no inverno e, no verão, a mais quente e úmida. Eram visíveis os taludes de rocha fraturada, com mais de 90m de altura e severo controle ambiental, particularmente em relação a espécies sujeitas à extinção.

Outro desafio relevante foi a pressão pela redução do prazo da obra, dado o grande impacto econômico e logístico que qualquer interdição ou mesmo redução do fluxo das vias causa à economia local e da região. Nossas três décadas de experiência e história em soluções de estabilização de taludes e contenção de encostas, principalmente em caráter de emergência, e a equipe dessa obra que chegou ao efetivo máximo de aproximadamente 200 colaboradores, nos permitiu concluir a obra em 18 meses, superando previsões e expectativas. Ao considerarmos a composição geológica e as condições climáticas desafiadoras, esse feito teve ainda maior relevância para o ecossistema e economia locais. Uma conquista que muito nos orgulha.

Alguns Números da Obra

Os númerosdemonstram o tamanho e desafios assumidos. Nos taludes rochosos foram 82.443, 59 m² de telas aplicadas, 270 m³ de muro de gabião, 3.560 m³ de enrocamento, 45.2474 m² de limpeza e bate choco, 15.913,49 m² de concreto projetado, 5.428 perfurações e injeções de chumbadores, 750 m de canaletas e 1.800 m² de pavimentação. Já nas quatro imensas cortinas erguidas foram 151 estacas, 231 tirantes, 6.527,55 m² de terraplanagem, 1.530 m² de hidrossemeadura, 1.856,17 m² de plantio de grama e 1.302,50 m² de pavimentação.

O que fizemos

A diversidade de desafios demandou soluções que abrangeram desde capas de concreto e contrafortes para impedir a degradação dos lamitos, solo grampeado, concreto projetado, barreira de fluxo de detritos e malha chumbada com barreira de enrocamento à instalação de telas de alta resistência, execução de caixas de muro gabião e cortinas atirantadas na base da encosta. Utilizamos técnicas de alpinismo, de aplicação de concreto projetado, equipamentos suspensos por cabos de aço, além de utilização de guindaste para acesso ao topo dos taludes. Mesmo com as condições e o clima local desafiadores já citados, mantivemos a equipe estimulada, bem como tivemos apoio do cliente para remanejamento de fauna e flora, visando impactar o mínimo possível o ecossistema local.

Entre desafios e feitos, algumas ações e conquistas merecem destaque

A aplicação de tecnologia esteve presente nas prospecções de campo realizadas com uso de drones, proporcionando a otimização da produtividade pelo mapeamento do terreno acidentado, pela identificação de acessos, atalhos para mobilidade da equipe no talude, entre outros.

Ainda buscando a inovação aplicada ao ganho em produtividade na engenharia, nossa equipe de especialistas, liderada pelo Supervisor de Obra Vasco Teles, desenvolveram uma nova máquina perfuratriz pendular mais leve e mais ágil que as perfuratrizes mais tradicionalmente conhecidas, não apenas aumentando a produtividade, mas melhorando a precisão no local das perfurações. Tal inovação nos conferiu o “Prêmio SEEL de Inovação”. Essa aplicação vem sendo utilizada em obras subsequentes.

Nosso zelo pelo meio ambiente e sustentabilidade segue tendência do mercado nacional de infraestrutura. Por isso, este pilar é contemplado em todas as nossas sobras. Na obra da Serra do Espigão utilizada como exemplo, este pilar foi item formal do escopo de trabalho, atendendo às condicionantes da licença ambiental do cliente. Diversas ações ajudaram a minimizar e compensar os impactos ambientais causados pela supressão vegetal, perfurações, entre outros procedimentos, que incluíram replantar e/ou transplantar espécies da flora, incluindo algumas raras em extinção, como o xaxim (espécie endêmica em extinção muito encontrada na região).

A sensação de segurança foi um alívio para clientes e usuários, se tornando a tônica entre moradores, caminhoneiros da região e autoridades locais, quando antes era um trecho de estrada conhecido pela alta ocorrência de deslizamentos.

“Em época que chovia forte eram certos (os deslizamentos). Desde a conclusão das obras, quando rodo na estrada, me sinto muito segura; quando olhamos para a montanha apreciamos a qualidade do acabamento da obra, cada detalhe ficou bonito”, opinou a empreendedora local e proprietária do Hotel Nevada, Nayá Medeiros.

“Antes das obras, por sorte não sofri acidente por queda de barreira, mas já fiquei sem poder passar na estrada devido a deslizamento, o que atrasava as entregas. Sinto-me 100% seguro! Costumamos reclamar de algumas obras, mas temos que pensar no benefício que ela traz lá na frente”, opinou o caminhoneiro Adriano Gomes das Almas.

Nossa cultura de trabalhar com profissionais e especialistas dos mais qualificados também se traduz na preocupação com a formação de carreira de jovens em engenharia, tornando a SEEL Engenharia um polo atrativo para muitos jovens engenheiros, técnicos de segurança, alpinistas, entre outros profissionais com experiência/formação técnica. No caso da obra usada como exemplo, na Serra do Espigão, usamos mão de obra local, incluindo os jovens estagiários Octavio Baschera Duffeck e Henrique Matheus Terhorst, naturais de Santa Cecília (SC), que consideram a obra em questão como um grande cartão de visitas para as suas carreiras segundo suas definições. Ambos revelaram, ainda, intenso e rápido aprendizado por uma característica própria à SEEL: o fácil e simples acesso às lideranças de obra para troca de informações. “Só na primeira semana de obra nos deparamos com coisas que nem imaginávamos. O que aprendemos na universidade é essencial, mas quando você está no campo vivendo os desafios e as soluções encontradas, é outra coisa”, argumentou Octavio Baschera à época.