11.200 m² em telas de alta resistência fizeram parte do escopo
Texto: Alexandre Peconick
Fotos: Caique Furtado
Dentro daquela mesma gigantesca área equivalente a dois estádios do Maracanã juntos, nos depósitos de minério de ferro da Vale do Terminal Ilha Guaíba (TIG), em Mangaratiba (RJ), foram identificados já ao final do ano de 2020, quando da entrega da então Obra 806 da SEEL, blocos de rocha soltos na iminência de queda. A ameaça que pairava sob o teto das oficinas das áreas 1, 2 e 3 do TIG precisaria ser contida por um aditivo de obra que estabilizasse os taludes a 50 m de altura e cuja responsabilidade a SEEL assumiu já em dezembro, finalizando com maestria em julho deste ano.
Mobilizando um efetivo de 70 colaboradores sob a liderança do engenheiro civil Eduardo Teixeira, Coordenador da Obra 806; tendo como Engenheiro Civil Residente Caíque Furtado, o aditivo correspondeu precisamente a 2000 grampos de 25 mm e 32 mm em 7800m de perfuração para a colocação de 11.200 m² de telas de alta resistência e um talude que atinge 50m de altura. Além do trabalho árduo dos alpinistas, a SEEL utilizou para auxiliar nas perfurações um manipulador telescópico capaz de chegar a 25m de altura (ver em uma das imagens).
“O cliente nos deu um feedback desta obra bastante positivo porque as operações deles no TIG estavam muito limitadas em função da manutenção da encosta; a ameaça dos blocos às oficinas era consideravelmente grande. Eles nos agradeceram e ficaram extremamente felizes com o resultado final”, destaca Antônio Noronha. Na primeira fase da obra, também atuou como engenheiro residente, Henrique Terhorst.
24 meses
Mesmo considerando as paralisações obrigatórias, em função da pandemia do Coronavírus, somadas todas as suas fases, a Obra 806, que quase em sua totalidade utilizou soluções com solo grampeado e telas de alta resistência, teve um total de 24 meses, ou dois anos de operações.
“Obra em Geotecnia é assim mesmo, à medida que executamos, vamos identificando desafios e verificando a necessidade de fazer ajustes que incluem a contenção de outros blocos que vão surgindo”, finaliza Noronha.
“Know how pandêmico”
Em todas as subáreas mobilizadas para as obras dentro do TIG foi utilizada a solução de solo grampeado para a contenção das encostas, prevenindo deslizamentos que poderiam ser iminentes e garantindo a preservação das vias de acesso e dependências do depósito de minério de ferro do TIG, razões pelas quais esta obra teve caráter emergencial.
O grande desafio, sobretudo nas fases iniciais da Obra 806 da SEEL, foi, sem dúvida, o da logística de deslocamento de equipe e material de trabalho por balsa. Tudo teve que ser planejado com precisão para que o escopo do projeto fosse cumprido. O acesso de pessoas durava 20 minutos; enquanto o de material, de uma hora e 40 minutos a cerca de duas horas. “Para poder atender o prazo, em determinado momento da obra, pegávamos a balsa antes das seis da manhã e retornávamos apenas após às seis horas da tarde”, revelou Caique Furtado.
O know how da SEEL em serviços especiais também teve que lidar com uma pandemia. Durante os 14 meses de duração da obra, desde setembro de 2019, houve interrupção das atividades entre o final de março até início de junho deste ano por conta da prevenção à Covid-19. Após a retomada, para cumprir o prazo, a equipe de obras realizou um programa de horas extras; que conciliasse a atividade dos colaboradores da obra com a da rotina dos profissionais que atuam diariamente no Terminal Ilha Guaíba.
As questões de segurança e preservação do meio ambiente, que sempre foram prioridade para a Vale, definiram o caráter estratégico desta obra executada pela SEEL com o máximo rigor na observância de todos os protocolos.